2 de junho de 2011

Palestra “O Cão” na EB1 do Estoril


   No passado dia 30 de Maio realizámos a palestra já esperada na Escola Básica do Estoril. Esta palestra teve como convidado o Sr. Fernando Silva, educador de cães numa escola de educação canina, a Educacão. Esta palestra foi uma das partes do segundo tema do nosso projecto. A primeira ideia para esta palestra, foi realizá-la na nossa escola e convidar para além dos alunos do ensino especial da nossa escola, alunos do ensino especial da EB1 do Estoril. Para isso contactámos com o professor Fernando Carrusca (professor do ensino especial), que nos ajudou e contactou os professores da escola do Estoril. Depois de tudo tratado (pensámos nós), o professor Fernando avisou-nos, por meio da professora Isabel Costa que seria melhor dirigirmo-nos à escola do Estoril e realizar lá a palestra. Então, a professora Isabel Costa ajudou-nos e falou com as professoras do Estoril, confirmar tudo. Com tudo tratado, contactámos o Sr. Fernando Silva, que já tínhamos contactado várias vezes para saber todos os pormenores da sua vinda, de modo a tratar de tudo e de confirmar as apresentações (correcção do PowerPoint, organização das actividades a realizar…).   Chegou então o dia da palestra. Mais uma vez contámos com a ajuda da professora Isabel Costa que nos permitiiu a deslocação até ao Estoril e de volta. Já na escola, tratámos dos últimos preparativos e organizámos algumas actividades a realizar no seguimento da apresentação do PowerPoint.                  
  Começámos então a palestra, apresentada para cerca de 80 alunos do 1º ao 4º ano. Desde o início soubemos que seria difícil manter concentrados e em silêncio rapazes e raparigas do ensino básico durante uma apresentação de PowerPoint, mas tentámos. Para isso, quisemos ao máximo animar o PPT, com gifts. Além disso, tentámos alterar o nosso vocabulário em função das idades dos alunos (tentámos falar de forma simples e interagir fazendo perguntas a que eles pudessem responder com relativa facilidade). Como seria de esperar, os alunos durante praticamente toda a apresentação falaram, mas entre a pequena confusão gerada, conseguimos captar a atenção de alguns e o feedback positivo de outros.                               
 Com a apresentação do PowerPoint terminada, era hora de entrar em cena o Sr. Fernando Silva, aplicando nas pessoas um dos primeiros treinos que normalmente faz aos cães. O treino do clicker. Um dos alunos do grupo, o José Diogo, fez o papel de cão, sendo a Catarina, outro dos membros do grupo, a treinadora de cães. O objectivo seria exemplificar o jogo para que, de seguida fossem eles a participar. Este jogo foi um sucesso, os alunos adoraram. Foi algo não tão maçador para eles com a apresentação, daí ter sido mais entusiasmante.                                                                                                                                 
  A nossa última actividade e que seria aquela que nós esperávamos mais entusiasmo por parte dos alunos, era o treino com o cão, realizado pelo treinador/educador Fernando Silva. Nesta parte, o nosso grupo apenas ajudou na montagem do percurso de obstáculos, já que o objectivo era fazer interagir miúdos com problemas cognitivos e motores com a cadela (a Amy). Primeiro, observámos treinos básicos (sentar, deitar…). Depois iniciou-se o percurso de obstáculos com a participação dos alunos. No entanto não conseguimos terminar o treino devido ao clima (que não ajudou). Com a chuva que apareceu, o espaço de treino começou a diminuir cada vez, e a cadela começou a acanhar-se e a sentir-se cansada (devido ao barulho instaurado). Tivemos então de dar por terminada a palestra, até porque já estava na hora de almoço dos alunos.                                                                                                                                           
  É de referir que, ainda no pátio da escola, onde decorreu o treino da cadela, fizemos várias questões a alguns alunos para testar se estiveram atentos na apresentação do PPT. Concluímos que, apesar de todo o barulho que se ouviu, os alunos estiveram atentos, já que responderam a todas a perguntas com respostas correctas, o que nos deixou muito satisfeitos, apesar de cansados com todo o barulho.                        
  Como opinião final, pensamos que correu bem, apesar dos inconvenientes e contratempos (chuva, barulho e apresentação algo maçadora para as idades dos espectadores).                                                        

André Nóbrega
Catarina Mateus
José Diogo Lopes
Miguel Ferreira

5 de maio de 2011

Vencedores

Anunciamos que os Herbários Medicinais vencederes do nosso concurso foram:

- Em 1º Lugar:                          













- Em 2º Lugar:













- Em 3º Lugar:

10 de março de 2011

Abelha (Apis mellifera)

A abelha é um insecto social, parente das vespas e das formigas. Existem diversas espécies de abelhas, sendo que a mais conhecida é a Apis mellifera. Esta espécie em particular, originária da Europa e da Ásia, é criada em larga escala para produzir mel e cera.
Este insecto vive em grupos familiares enormes, que são constituídos por uma rainha, cerca de 400 zangões e milhares de operárias. Cada categoria hierárquica tem uma função específica, como por exemplo: a rainha põe ovos; os zangões fertilizam os ovos; e as operárias recolhem néctar, cuidam das larvas e constroem as colmeias.
Só os zangões são machos, sendo as operárias fêmeas inférteis, ou seja, não põem ovos, e a rainha, que é a única fêmea fértil da colónia.
Uma das características mais apreciadas nas abelhas é o facto de produzirem mel e cera. A produção de cera é destinada à construção da colmeia, enquanto a produção de mel é destinada à alimentação. Para se produzir um quilo de mel é necessário néctar de cerca de 5 milhões de flores, sendo que uma colónia pode produzir cerca de 300 quilogramas de mel. Devido a ¨*esta característica, o Homem tem vindo a criar em cativeiro estes animais, retirando o nutritivo mel, para o seu consumo.
Pelo contrário, uma das características menos apreciadas nas abelhas é a seu método de defesa. As operárias possuem um ferrão venenoso localizado na parte posterior do abdómen. Quando estas abelhas sentem que a sua colónia está a ser invadida ou destruída, voam até ao intruso e picam-no. Quando isto acontece, o ferrão fica alojado na pele, devido ao ferrão estar repleto de pequenas farpas. O ferrão pode permanecer na pele durante horas, estando continuamente a bombear veneno para a corrente sanguínea do intruso. Dois dias depois da ferroada, a abelha operária acaba por morrer.
Quando a abelha pica um humano, a zona onde ocorre a picada fica muito inchada e avermelhada, podendo ser muito dolorosa, sendo que em alguns casos a dor pode ser semelhante a um choque de alta voltagem. Quando uma pessoa alérgica ao veneno de abelha é picada inúmeras vezes pode desmaiar ou até mesmo morrer.
Segundo uma crença popular, uma pessoa que tenha artrite pode melhorar consideravelmente se realizar um tratamento com picadas de abelhas. Este tratamento não está cientificamente provado, daí alguns médicos estarem a tentar descobrir qual a substância presente no veneno de abelha que alivia a artrite.
Os médicos estão com dúvidas quanto a esta crença, contudo decidiram investigar e tiveram resultados algo surpreendentes. De facto, o veneno das abelhas pode estar relacionado com a diminuição da dor provocada pela artrite.  
Estudos recentes mostram que a inflamação causada pelo veneno da abelha faz aumentar o nível de uma substância denominada glicocorticoide, fazendo com que a artrite fosse atenuada.
Ultimamente, alguns investigadores norte-americanos, descobriram que o veneno da abelha pode mesmo combater o cancro.

Axolotl (Ambystoma mexicanum)

O axolotl  é uma espécie de salamandra proveniente do México, onde habita  nos lagos Xochilmilco e Chalco. Esta espécie possui uma característica rara entre todos os anfíbios, a neotenia, isto significa que o axolotl pode se reproduzir sem sofrer uma metamorfose. Este anfíbio possui uma capacidade única entre os vertebrados, a completa regeneração de membros e órgãos. O axolotl consegue regenerar completamente as patas, as guelras, os olhos, as maxilas, o cérebro, a espinha dorsal e até mesmo o coração, em poucas semanas. Quando é amputado, os vasos sanguíneos que rodeiam a ferida contraem-se impedindo as hemorragias. De seguida forma-se o blastema, um conjunto de células estaminais, no local da ferida. Por fim, as células estaminais duplicam-se e vão se diferenciando, formando assim a nova parte do corpo, completamente funcional. Os axolotls conseguem regenerar a mesma parte do corpo muitas vezes durante a sua vida.
Hoje em dia há cientistas que querem aproveitar esta fantástica capacidade de regeneração do axolotl para curar lesões em humanos, como por exemplo grandes feridas infectadas. Para isso, esta salamandra está a ser reproduzida e estudada em laboratório e talvez num futuro próximo o axolotl nos poderá dar o segredo da regeneração completa de membros aos seres humanos.
Apesar dos benefícios que este anfíbio pode trazer á humanidade, o habitat natural destes animais está a ser poluído e invadido por espécies exóticas, o que pode por em risco a sobrevivência da espécie. Consequentemente a sua utilização para fins medicinais poderá estar comprometida.

Cascavel (género Crolatus e Sistrurus)

O nome cascavel designa todas as cobras venenosas do género Crotalus e Sistrurus. Pertencem à família das víboras, possuindo, por isso, grandes presas inoculadoras de veneno. Estes dois géneros de cobras possuem um chocalho característico que serve para avisar os animais de grande porte da sua presença, evitando assim o confronto e os perigos que para elas estes animais representam. Este chocalho é formado a partir de restos da sua pele. Como todas as cobras, a cascavel precisa de mudar de pele para crescer, no entanto, a pele velha fica retida na sua cauda, formando o chocalho.
É uma cobra grossa e com uma cabeça pequena, que atinge em média 1,5 metros de comprimento. Tem uma cor acastanhada, com uma série de losangos presentes no seu dorso, permitindo assim, a sua camuflagem. Vive principalmente em regiões áridas e rochosas, podendo também viver em campos de erva rasteira.
Nas regiões onde vive, durante o dia, as temperaturas são elevadas, por isso, a cascavel opta por estar mais activa no período nocturno. Durante a noite, a cascavel esconde-se perto de trilhos de roedores, que são a sua principal presa. Como de noite, a visibilidade é nula, estra cobra não consegue ver os roedores a aproximar-se, utilizando assim o olfacto e uns orgãos especiais localizados perto das narinas (fossetas loreais) que detectam diferenças de temperatura no seu meio ambiente. Como os roedores são endotérmicos, a sua temperatura é superior à temperatura ambiente, permitindo à cascavel detectar a sua presença.
Quando a cascavel morde, contrai os músculos que rodeiam as suas glândulas de veneno, fazendo com que este seja obrigado a sair pelas suas presas, que funcionam como agulhas das seringas, injectando o veneno na corrente sanguínea. Tal como o veneno da maioria das víboras, o veneno da cascavel é hemotóxico, destruindo as hemácias presentes no sangue, causando assim hemorragias internas. Caso a cascavel morda uma presa, como por exemplo um roedor, causa a morte do animal em poucos minutos e, caso morda um humano, pode levar a série lesões na região da mordedura. Problema que, caso não seja tratado atempadamente, permite que o veneno se espalhe pelo corpo da vitima, podendo causar a morte.
O veneno da cascavel está hoje em dia a ser estudado para verificar se existe alguma substância na sua constituição benéfica para a humanidade. Recentemente, descobriu-se uma toxina presente neste veneno chamada crotamina que tem funções de tónico muscular. Existem mais algumas substâncias no veneno, que isoladas, podem servir de analgésicos e anti-tumores.

Conus (Conus magus)

O Conus é um molusco gastrópode marinho que vive no Oceano Índico e Pacífico. Uma curiosidade acerca deste invertrebado é o facto de ser extremamente venenoso, sendo que o seu veneno contém uma mistura de várias toxinas denominadas conotoxinas. Estes animais passam muito tempo debaixo das rochas, nas poças da maré baixa. Quando detectam uma presa, que costuma ser peixe, localizam-na através do seu olfacto apurado e, quando chegam suficientemente perto, lançam um arpão saturado em veneno, de modo a imobilizar a presa. Neste arpão há cerca de 20 a 30 dentes ocos, cada um deles carregado com veneno. Este arpão é lançado através do probóscide, que faz parte do aparelho bucal do conus.
Muitas pessoas, enquanto passeiam na praia, acham graça às conchas coloridas dos conus e, quando pegam nestes animais são picadas, sendo que muitas destas morrem antes de chegarem ao hospital. O veneno do conus causa paragem cardíaca e respiratória.
O veneno de uma espécie de conus, Conus magus, tem potencial para ser um aliviador de dor 1000 vezes mais potente que a morfina, sem causar qualquer vício associado ao consumo contínuo.

Escorpião (Leiurus quinquestriatus)

O escorpião é um artrópode da classe dos aracnídeos, ou seja, é parente das aranhas. Este animal surgiu há cerca de 400 milhões de anos, sendo que foram os primeiros animais a conquistar o ambiente terrestre. Hoje em dia existem mais de 1600 espécies de escorpiões, que estão distribuídas por todo o mundo, excepto os continentes gelados e a Nova Zelândia. Estes animais podem ser encontrados em florestas, desertos e até mesmo nas lixeiras das nossas cidades. Os escorpiões conseguem sobreviver a grandes amplitudes térmicas, da ordem dos 40oC. Estes invertebrados são carnívoros, alimentando-se principalmente de insectos e pequenos vertebrados, podendo ser canibais quando escasseia o alimento. Quando capturam uma presa, primeiro o escorpião imobiliza-a utilizando as pinças, sendo que de seguida é aplicada a ferroada venenosa através do aguilhão. O veneno deste invertebrado contém neurotoxinas e enzimas. As neurotoxinas fazem com que o sistema nervoso da presa deixe de funcionar e as enzimas começam a digerir a presa de dentro para fora. Por fim, o escorpião começa a alimentar-se da presa. Os escorpiões, como a maioria dos restantes aracnídeos, não conseguem consumir alimentos sólidos, por isso, têm de liquidificar as suas presas. Daí este invertebrado absorver toda a matéria orgânica liquidificada através das suas quelíceras, não consumindo a matéria sólida como os ossos, os pêlos e os exoesqueletos. Apesar do seu veneno, os escorpiões são presas de vários animais, como sapos, lagartos e pequenos mamíferos insectívoros.
Alguns cientistas americanos estão a testar uma certa substância que esta presente no veneno do escorpião Leiurus quinquestriatus para tratar o cancro cerebral. Esta substância, conhecida como TM601, um péptido presente nas neurotoxinas do veneno deste invertebrado que habita no Médio Oriente. Este péptido não é tóxico, e liga-se a receptores apenas encontrados em células cancerígenas. Foram realizadas experiências em laboratório em que o TM601 se ligou a receptores de células cancerígenas localizadas nos tecidos dos pulmões, da pele, do cérebro e das mamas, deixando as células normais intactas.

Monstro de Gila (Heloderma suspectum)

O monstro de gila habita normalmente regiões desérticas no sudoeste americano e no deserto do México, sendo que é um dos poucos lagartos venenosos no mundo inteiro.
Este animal passa a maior parte da vida a hibernar no subsolo, só saindo para se alimentar durante a Primavera, armazenando gordura na cauda. Alimenta-se principalmente de pequena aves, outros répteis, roedores, ovos e animais recém-nascidos. Possui uma coloração muito característica, avisando os possíveis predadores de que é venenoso. Tal como as serpentes, detecta as suas presas através do olfacto.
No final do século XX, investigadores na área das diabetes detectaram a presença, no organismo do monstro de gila, uma hormona denominada exendina-4, que actua de forma semelhante à hormona digestiva humana, de nome GLP-1. A hormona exendina-4 permanece mais tempo no organismo do que a GLP-1, facilitando assim o controlo da quantidade de glicose no organismo, o que altera o desenvolvimento da diabetes tipo-2.
Esta descoberta permitiu a criação de uma versão artificial da hormona deste réptil, a que se deu o nome de exenatida, que entrou para a constituição de um medicamento lançado no mercado farmacêutico em 2005. Desde aí, mais de um milhão de diabéticos beneficiou do produto.

Mosca - doméstica (Musca domestica)

A mosca é um insecto que pertence à ordem Diptera. É um dos artrópodes mais comuns em todo o planeta. Possui dois olhos compostos e uma peça bucal muito invulgar denominada probóscide. Para se alimentar, primeiramente, a mosca vomita sucos gástricos para o alimento, dissolvendo-o, tornando assim numa espécie de sopa que, de seguida é sugada pela probóscide. Este ser é responsável pela propagação de diversas doenças, ao contaminar alimentos através das bactérias que transporta nos seus membros.
Pouco depois de um animal morrer, começa a libertar certos odores para o ar. As moscas conseguem detectar esses odores a vários metros de distância. Quando pousam no cadáver do animal, para além de se alimentarem, depositam também os ovos debaixo da pele da carcaça. Dias mais tarde, os ovos eclodem, dando origem a pequenas larvas que começam a ingerir carne morta. Algumas semanas depois, as larvas já duplicaram de tamanho e estão prontas para entrar no estádio seguinte do seu ciclo de vida, o estado adulto. Para isso, as larvas envolvem-se num pequeno casulo denominado pupa, onde ocorre a metamorfose. Passado algum tempo, os adultos completamente desenvolvidos emergem dos casulos, prontos para se alimentarem e para se reproduzirem.
Dado que estas larvas só se alimentam de carne morta, começaram a ser utilizadas na medicina, mais precisamente, no tratamento de feridas. Quando alguém é gravemente ferido, deixando à superfície da pele uma úlcera, alguns tecidos ficam danificados e começam a decompor-se. Se estes tecidos, denominados tecidos necróticos não forem removidos, podem causar doenças graves, como por exemplo a gangrena.
Esta descoberta começou há cerca de 700 anos atrás pelos europeus que começaram a usar larvas de mosca para tratar feridas, e pensando no que ocorreu no passado investigadores da Universidade de Iorque no Reino Unido decidiram investigar se as larvas de moscas curavam feridas.
Estes investigadores começaram por estudar 267 pacientes com úlceras nas pernas, entre 2004 e 2007, no Reino Unido. Metade dos pacientes foram tratados com o gel usado habitualmente para as úlceras e a outra metade com larvas de moscas.
Estas larvas foram criadas em ambiente esterilizado e tinham o tamanho de um bago de arroz. Depois de criadas foram metidas numa bolsa com o tamanho de um pacote de chá e foram depositados nas feridas com ligaduras.
Os investigadores observaram que todas as feridas dos 267 pacientes recuperaram por completo no mesmo intervalo de tempo, mas os pacientes que foram curados com larvas de mosca tiveram mais dores durante o processo de recuperação.
E assim concluíram que as larvas de mosca funcionam da mesma forma que o gel não valendo a pena utilizar as larvas como forma de tratamento onde existe o gel. Mas em países subdesenvolvidos onde o gel não existe como opção de tratamento as larvas podem surgir como solução para a cura de feridas, sendo que estas comem tecidos mortos.
Nicky Cullum, um dos autores do artigo e Professor na Universidade de Iorque, disse que a dor pode ter sido causada pelas enzimas segregadas pelas larvas. Isso pode ter atingido as terminações nervosas dos pacientes.
E Brem não ficou surpreendido que alguns médicos e pacientes tivessem recorrido à ajuda das larvas da mosca. "Estes são pacientes desesperados que podem ficar sem as pernas", lembrou. Alguns deles concordarão com qualquer coisa que possa ajudar".
Elas foram usadas, segundo relatos, no século XIV para tratar feridas e os médicos militares também recorreram a elas no século XVIII.  
As larvas foram utilizadas para este fim até ao final dos anos 1930 mas caíram em desuso com o acesso generalizado aos antibióticos e à cirurgia depois da II Guerra Mundial.

Sanguessugas (Classe Hirudinea)

As sanguessugas são invertebrados que pertencem à família dos anelídeos, ou seja, são “primas” das minhocas. Existem mais de 300 espécies de sanguessugas, sendo que a mais usada para fins medicinais é a Hirudo medicinalis.
Este anelídeo vive, geralmente em lagos, lagoas e rios calmos. No entanto existem algumas espécies que conseguem habitar em águas salgadas e em lama. Em algumas zonas tropicais, existe uma espécie de sanguessuga que habita nas árvores, lançando-se sobre as presas.
Tal como o seu nome indica, a maioria das espécies de sanguessugas, alimenta-se de sangue, sendo que algumas delas podem consumir insectos, larvas, caramujos e vermes.
Quando as sanguessugas hematófagas, ou seja, as sanguessugas que se alimentam de sangue, detectam um potencial hospedeiro, saem dos seus esconderijos subaquáticos e prendem-se ao hospedeiro através das suas ventosas (uma que se situa na boca e outra que se situa na zona ventral). Quando a sanguessuga começa a alimentar-se liberta para a corrente sanguínea do hospedeiro a sua saliva que contem substâncias anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos, mantendo um bom fluxo sanguíneo em redor da ferida provocada por este animal. Durante a sua alimentação, a sanguessuga pode ingerir uma quantidade dez vezes superior ao seu volume inicial.
Antigamente, as sanguessugas eram utilizadas na medicina oriental, como por exemplo na medicina tradicional chinesa. Hoje em dia, nas intervenções cirúrgicas é necessária a utilização de anticoagulantes para estancar hemorragias, prevenindo assim a perda de sangue durante as operações. Ultimamente, os investigadores descobriram que, em vez de se utilizarem anticoagulantes artificiais, pode-se utilizar os anticoagulantes presentes na saliva da sanguessuga nas intervenções cirúrgicas. Alguns químicos presentes na complexa saliva deste anelídeo, podem ainda ajudar a melhorar o fluxo sanguíneo de pessoas com problemas circulatórios.
A terapia com sanguessugas ajuda em casos de:

  • dores de cabeça e enxaqueca
  • sinusite
  • neuralgias
  • hematomas (a forma clássica de usá-los)
  • ulceras varicosas
  • pressão alta
  • asma e bronquite
  • inflamações e furúnculos
  • reumatismo, gota, artrite
  • herpes-Zoster
  • doenças por fungos
  • defesa imunológica enfraquecida
  • doenças do fígado
  • doenças do ouvido
  • depressão
  • problemas pós cirúrgicos
  • problemas na menopausa
É desaconselhado aplicar sanguessugas quando o doente é hemofílico, anémico ou raquítico. Também se aconselha muito cuidado quando o doente toma medicamentos que contenham mercúrio.

21 de janeiro de 2011

Alface (Lactcua sativa)


A Alface (Lactcua sativa) é uma pequena planta muito usada em saladas. Esta pequena planta possui muito poucas calorias e possui muitas vitaminas, incluindo vitamina A, vitamina C, niacina, sais minerais, cálcio, fósforo, ferro e fibras.
Esta planta é originária da zona Leste do Mediterrâneo, mas foi sendo difundida por todo o mundo e hoje em dia este vegetal é consumido em todo o planeta. Esta planta apresenta várias variedades de folhas, texturas, formas e tamanhos. Os primeiros registos da utilização de alfaces com fins alimentares datam de 500 a.C.
A alface é utilizada para combater diabetes, pois possui um tipo de fibra que diminui significativamente a glucose no sangue. Esta planta também possui uma substância chamada lactucarium, que possui propriedades tranquilizantes, que relaxam o sistema nervoso. Existem alguns estudos que indicam que a alface pode prevenir as insónias e as conjuntivites.
A aplicação de folhas de alface com um pouco de azeite pode aliviar as queimaduras e o chá produzido com as folhas de alface, possui propriedades laxantes, algumas propriedades anti-alérgicas e pode ajudar no tratamento da artrite e da aterosclerose. 

Babosa (Aloe Vera)


O Aloe Vera é uma planta da família das Liliáceas, e não apresenta na sua constituição um tronco. As folhas do aloe vera, com cerca de 50 cm, são grossas e carnudas dispostas em forma de roseta e apresentam espinhos nos bordos e no avesso. O prolongamento da planta onde se localizam as flores, mede cerca de 75 cm, sendo que as flores possuem uma cor vermelha amarelada
O aloe é uma planta proveniente de África mas que têm exemplares nas regiões do Mediterrâneo e na Índia.
Os derivados antracénicos constituintes do suco das folhas produzem uma concentração de água no intestino, que leva ao aumento da sensação de saciedade e estimulam a actividade intestinal.
A ESCOP recomenda a utilização deste suco em caso de prisão de ventre. Outros serviços da utilização do aloé vera estão a ser estudados cientificamente mas ainda não foram demonstrados.
Este suco não deve ser ingerido durante a gravidez e lactação, em caso de hemorróidas ou doenças renais. O suco tomado em simultâneo com medicamentos para o coração necessita de aprovação médica e deve-se evitar que a seiva proveniente das folhas entre em contacto com a pele.
O efeito purgante do suco pode produzir espasmos gastrointestinais, e a aplicação prologada altera o equilíbrio electrolítico que pode levar a graves transtornos cardiovasculares.
O nome aloe provém da palavra árabe alloeh que significa brilhante e amargo, o brilhante refere-se ao brilho da face das folhas e o amargo ao sabor da seiva que circula nas folhas.

Abóbora (Cucurbita spp.)

A abóbora é uma espécie de planta de porte herbáceo, da família das Cucurbitáceas. Possui caules rasteiros que podem medir até 8 metros de cumprimento, de onde nascem folhas grandes, cobertas de pequenos pêlos. As flores destas plantas possuem uma cor amarelada, de onde se desenvolve um fruto, a abóbora propriamente dita, que pode pesar desde cerca de meio quilo até cerca de 50 kg.
As partes usadas desta planta na medicina são as sementes e o fruto. As pevides, que são as sementes da abóbora, contêm várias substâncias, entre elas óleo, aminoácidos e uma proteína denominada cucurbitacina, que actua na próstata, prevenindo a sua hipertrofia. A hipertrofia da próstata é uma doença que provoca um elevado aumento do volume da próstata, e a proteína cucurbitacina vai actuar sobre este órgão masculino bloqueando o seu crescimento descontrolado. Esta doença ataca preferencialmente homens de idade avançada, e pronuncia–se por uma enorme dificuldade em urinar, pois o inchaço da próstata bloqueia parcialmente a uretra, que leva a perda de força do jacto da urina e por vezes faz urinar às pingas. Num estado muito avançado da doença, pode ocorrer o completo impedimento de urinar. 
Para além disso, as pevides da abóbora possuem propriedades que ajudam a expulsar certos parasitas intestinais, tais como lombrigas e ténias.
O sumo do fruto da abóbora pode ajudar a tratar a artrite. 

Alecrim (Rosmarinus officinalis)

O alecrim é uma planta de porte arbustivo que é muito comum nas regiões mediterrâneas. Possui um aroma muito característico, e por essa razão o seu nome científico, Rosmarinus significa orvalho do mar.
Esta planta é muito ramificada e possui folhas verdes, pequenas e finas. As suas flores são azuladas ou esbranquiçadas. O alecrim floresce durante todo ano, não precisa de grandes cuidados para sobreviver e é resistente a pragas, pelo que é facilmente cultivado em jardins e parques.
Uma das mais famosas características do alecrim é provavelmente o seu aroma. Esta planta possui um aroma forte agradável. Este aroma chega até a ser utilizado em alguns perfumes. Acredita-se que o seu aroma juntamente com a cor azulada das suas flores serve para atrair insectos polinizadores.
Na medicina tradicional, o alecrim é utilizado como um medicamento contra febres e acredita-se mesmo que o alecrim consegue reanimar pessoas debilitadas. O chá de alecrim é usado para combater tosses e problemas de estômago.
Mas o alecrim tem usos menos conhecidos para a população em geral. Estudos científicos contemporâneos revelam que o alecrim pode fortalecer os músculos e ajuda a melhorar a memória, podendo ser assim utilizado em doentes de Alzheimer.
O alecrim também é utilizado na igreja. Antigamente, o alecrim era queimado juntamente com o incenso, de modo a aromatizar procissões e outras práticas religiosas.

Alfavaca (Parietária officinalis)


A alfavaca (Parietária officinalis) é uma pequena planta que possui folhas de forma oval e pequenas flores esverdeadas ou avermelhadas . Esta planta floresce principalmente entre Julho a Outubro. Uma das mais curiosas características desta planta é o facto de germinar e de se desenvolver quase em qualquer sítio, como por exemplo em fendas nas estradas e em buracos dos muros. Esta planta pertence á família Urticaceae, a mesma família onde pertence a famosa urtiga, por isso a alfavaca partilha com a urtiga algumas características morfológicas, tais como o tamanho, a forma das folhas e, até mesmo os pêlos urticantes característicos da urtiga, sendo que os pêlos da alfavaca não causam irritações na pele. 
Esta planta era usada para aliviar queimaduras, inchaços, feridas, gretas dos lábios ou da pele, fissuras anais e lesões nos mamilos.
O chá feito de folhas de alfavaca, misturado com mel é muito utilizado para combater várias doenças das vias urinárias. O consumo contínuo deste chá pode ajudar a dissolver pedras nos rins, evitando assim as intervenções cirúrgicas.
O chá de alfavaca também previne a retenção de urinas, pois o consumo de alfavaca faz aumentar a produção de urina muito diluída. Aconselha-se igualmente a pessoas com problemas digestivos, doenças no estômago e intestino, flatulência, hepatites, febre e tosse.

Alho (Allium sativum)


     O alho (Allium sativum) é uma planta que possui um bolbo subterrâneo (cabeça do alho) que é usado tanto para a medicina como para a culinária.

     Estudos indicam que o alho foi cultivado pela primeira vez em certas regiões da Ásia e, mais tarde, foi levado para todas as partes do mundo.

     Possui folhas longas e finas com nervuras paralelas e uma raiz fasciculada e sem nenhum eixo principal ou seja é uma planta monocotiledónea. O seu caule é longo e termina inferiormente num bolbo, onde se armazenam substâncias de reserva para toda a planta.

     O alho é uma planta que é cultivada em todo o mundo e muito apreciada pelo seu valor nutricional. Existem inúmeros pratos confeccionados com alho, sendo que este é utilizado principalmente como tempero. 

     Uma faceta menos conhecida do alho é as suas propriedades medicinais utilizadas desde o Antigo Egipto. Os alhos possuem químicos anti-bacterianos que melhoram o desempenho do sistema imunitário. Esta planta também possui substâncias que melhoram gradualmente a circulação sanguínea e por isso pode melhorar as condições de vida de pessoas com elevada tensão arterial, com problemas de colesterol ou com disfunção eréctil.

Beldroega (Portulaca oleracea)


Existem diversas referências quanto à origem desta planta da família das Portulacáceas, podendo ser originárias de países como a China, Japão, Índia e certas regiões da Europa e da América ocidental.
A beldroega pode ajudar a controlar os níveis de colesterol no sangue, reduz também a hipertensão e pode prevenir cãibras musculares. Esta planta possui substâncias que aliviam infecções gastrointestinais e das vias urinárias.
As suas folhas são usadas contra a cistite, cólicas renais, úlceras e queimaduras. Caso aplicadas em feridas, favorecem a cicatrização. São ainda úteis no alívio de inflamações dos olhos. O facto de termos sede pode ser acalmado, ao colocar-se folhas de beldroega debaixo da língua.
Alguns estudos clínicos, demonstram que esta planta é rica em Omega-3, substância importante na prevenção de enfartes e no fortalecimento do sistema imunológico.

Cebola (Allium cepa)

A cebola (Allium cepa) é uma planta que pertence ao mesmo género do alho (Allium sativum) e por isso possui características morfológicas muito parecidas com este. A parte utilizada para o consumo é geralmente a cabeça da cebola, ou seja, o bolbo subterrâneo.
Possui folhas compridas e finas, com nervuras paralelas. As suas raízes são fasciculadas e sem nenhum eixo principal. A cebola propriamente dita, é o bolbo subterrâneo, cuja função é armazenar substâncias de reserva. Devido a estas características, a cebola pode ser classificada como uma monocotiledónea.
Assim como o alho, a cebola é originária da Ásia mas foi sendo difundida por todo o mundo com o passar do tempo, sendo que na culinária a cebola é utilizada principalmente como tempero.
A cebola tem algumas substâncias anti-bacterianas e substâncias que melhoram a circulação sanguínea, mas também possui uma substancia anti-viral, que destrói ou incapacita os vírus, como o vírus do herpes labial.
Os químicos presentes no bolbo da cebola também podem curar aftas, infecções da boca e gengivites. Em relação às vias respiratórias, certos gases libertados pelas cebolas podem ajudar a combater sinusites e prevenir que os vírus entrem por estas vias e infectem o nosso organismo.
O chá feito com as cascas da cebola tem propriedades que actuam como digestivo, podendo assim melhorar a digestão a pessoas com problemas e estômago.
Porém as cebolas quando cortadas ou esmagadas libertam um gás volátil originário do ácido sulfénico presente na cebola que estimula as terminações das células nervosas do olho, provocando assim irritações que o organismo combate através da libertação de lágrimas.

Coentros (Coriandrum sativum)


Os coentros (Coriandrum sativum) pertencem à família Apiaceae. É uma planta de pequeno porte, geralmente de cor esverdeada. As suas pequenas e aromáticas flores possuem uma cor rosa ou branca. As suas folhas verdes são usadas em culinária como tempero e possuem um cheiro característico.
Esta planta é originária do Médio Oriente e do sul da Europa, mas devido às suas qualidades como especiaria, foi-se difundindo por todo o mundo. Os coentros fazem parte do património gastronómico português, e são especialmente apreciados no Alentejo e noutras regiões do sul de Portugal.
Os coentros começaram a ser utilizados como planta medicinal pelos egípcios, pois estes acreditavam que este vegetal tinha propriedades digestivas, calmantes e, caso usado cutaneamente, alivia as dores nas articulações e reumatismo.
A nível vitamínico, os coentros são ricos em vitamina A, B1, B2 e C.
Hoje em dia está comprovado que os coentros combatem muitos dos nossos problemas digestivos: flatulência, insuficiência pancreática, gastrite e digestão pesada. As suas sementes são eficazes a reduzir o nível de colestrol no sangue, para além de ajudar a combater infecções bacterianas e fúngicas. O óleo das sementes desta planta pode aliviar hemorróidas e pode servir também de tonificante para o sistema nervoso.
A seiva de coentros, quando consumida em doses elevadas pode causar convulsões. Se a quantidade de coentros ingerida for muito elevada, este podem exercer um efeito tóxico no sistema nervoso causando embriagues.

Erva cidreira (Melissa officinalis)

A erva cidreira (Melissa officinalis) é uma espécie de planta da família da menta e da hortelã. É uma planta de porte herbáceo, ou seja, é uma planta de tamanho relativamente pequeno. Esta planta é muito comum em zonas mediterrânicas.
Como pertence á família da hortelã, possui características morfológicas muito semelhantes a essa planta, no entanto, as suas folhas são maiores e mais claras do que as da hortelã.
Esta planta floresce apenas no final do Verão. As suas pequenas flores de cor rósea ou esbranquiçada atraem muito insectos polinizadores, especialmente as abelhas, daí o seu nome científico Melissa, que significa abelha em grego. Em certas regiões temperadas os caules destas plantas secam durante o Inverno e voltam a ficar verdes durante a primavera.
Esta planta é utilizada principalmente em infusões (chás) que adquirem propriedades calmantes.
Não existem comprovações científicas, mas acredita-se que esta planta possui propriedades que ajudam a conciliar o sono.